ENCONTRO DAS VOLUNTÁRIAS DO PARANÁ
Na luta contra o câncer, Gama
desenvolve projetos para mulheres
Uma das propostas concretizadas pela entidade foi a construção da Casa Apoio.
Luana Borba
Publicado em: 06/10/2012 - 11:19 | Atualizado em: 12/02/2013 - 01:24
As integrantes do Gama ao receberem o prêmio Mundo Melhor.
Foi através da luta contra o câncer de mama que surgiu no ano de 2005 em Pato Branco um dos movimentos mais atuantes do município, o Grupo de Apoio a Mama, o Gama. Neste ano a coroação do trabalho voluntário veio através da inauguração da Casa de Apoio e da segunda colocação no Prêmio Mundo Melhor.
Em 2004 após uma batalha contra um câncer de mama realizada na cidade de Curitiba a empresária Antonieta Chioquetta retornou a Pato Branco com o intuito de ajudar pacientes carentes com o mesmo diagnóstico que o seu. Ao conversar com o mastologista André Marini, Antonieta teve a indicação de outras seis voluntárias para auxiliarem na causa.
Foi em 2005 que o trabalho de apoio do Gama começou através de palestras organizadas pelas voluntárias. Porém, foi através de uma sugestão que o grande projeto do Gama surgiu, a Casa de Apoio. "Em uma de nossas reuniões o oncologista Gilmar Biscaia nos falou sobre os muitos pacientes da região que vinham para cá e não tinham onde ficar. Como passamos por isso, sabíamos o que os pacientes passavam", relembra Antonieta, que hoje é presidente do Grupo.
Foi a partir daquele dia, mesmo sem verbas, que as voluntária começaram a idealizar a Casa de Apoio aos pacientes de Câncer. Em 2007 surgiu a possibilidade de utilizar como Casa de Apoio um imóvel emprestado pelos Vicentinos. Porém, a estada que deveria ser por um curto período se tornou longa, o que levou as mulheres do Gama a alugar e reformar o espaço. "Ficamos lá de 2007 até o início de 2012. A casa tinha capacidade para 14 pessoas, mas tinha vezes que a gente tinha 20 pessoas para abrigar, e tínhamos que dar um jeito", conta a presidente.
Foi devido a esta demanda que o sonho de construir uma Casa de Apoio cresceu, e com muita luta se tornou realidade em 30 de março de 2012. Hoje a Casa de Apoio possui uma sede própria com estrutura de 734 m², 11 dormitórios com capacidade para 40 pessoas, banheiros individuais, cozinha, lavanderia, refeitório e banheiros sociais.
"No início pensávamos em atender só as pacientes de câncer de mama, mas hoje abrigamos mais pacientes homens do que mulheres. Atendemos todos os pacientes de câncer e abrimos até para pacientes de outras doenças que precisam ficar em tratamento por um longo período. Todos os pacientes que atendemos não têm condições financeiras de bancar hospedagem. Atendemos a todos de forma distinta e digna. Na casa é tudo gratuito, cinco refeições diárias, material de higiene e dormitório. Também temos dois carros e uma Kombi que transportam os pacientes para a farmácia, exames ou hospital se necessário".
Trabalho voluntário e doações
A Casa de Apoio sobrevive de doações e Antonieta relembra uma história que a emociona:"Certa vez estava indo para Dois Vizinhos e a nossa funcionária ligou e me disse que a comida na casa estava acabando. E eu perguntei para quanto tempo o que tinha ainda dava, e ela me respondeu que até o dia seguinte. Quando cheguei a Dois Vizinhos meu telefone tocava insistentemente e eu fui atender. Era uma funcionária do Sebrae de Pato Branco que me disse que o Sebrae tinha feito umas palestras cuja a entrada era uma quilo de alimento e queria saber se eu queria os 300 quilos de alimentos para a Casa de Apoio".
Ela ressalta a importância dos voluntários, estagiários e dos 12 funcionários contratados pela Casa. "A gente não consegue fazer nada sozinho. Começamos com uma funcionária, hoje temos 12. Temos estagiários no telemarketing e dos cursos de psicologia, nutrição, fisioterapia e enfermagem da Fadep, além dos mais de 200 voluntários que se doam à causa"
16/02/2013